sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Outros Textos - Os Milagres e as leis da natureza por James E. Talmage

James E. Talmage
(1862 - 1933)
Foi Apóstolo da Igreja Mórmon

Comumente se considera milagre um acontecimento que se opõe às leis da natureza.

Semelhante conceito é obviamente errôneo, porque as leis da natureza são invioláveis.

Mas, considerando que o conhecimento humano dessas leis está muito longe de ser perfeito, certos acontecimentos parecem opor-se à lei natural quando, ao contrário, concordam estritamente com ela. Toda a constituição da natureza se funda em sistema e ordem; entretanto, as leis da natureza estão graduadas como o estão as leis do homem. A atuação de uma lei superior em qualquer caso particular não destrói a realidade de uma lei inferior. Por exemplo, a sociedade promulgou uma lei que proíbe a qualquer homem apropriar-se da propriedade de outro; entretanto, os representantes da lei freqüentemente se apoderam pela força das posses de seus semelhantes, contra os quais tenha sido feito algum julgamento; e faz-se isso para satisfazer a justiça e não para violá-la. Jeová ordenou: "Não matarás;" e o gênero humano reiterou a lei, prescrevendo castigos pela sua violação. Contudo, a história sagrada testifica que em determinados casos o próprio Autor da Lei ordenou diretamente que se fizesse justiça, tomando a vida humana. Nem o juiz que dita a sentença capital contra um assassino culpado de homicídio, nem o verdugo que executa a disposição, agem contra a lei – "não matarás" mas, ao contrário apóiam esse decreto.

Até certo ponto estamos familiarizados com alguns dos princípios conforme os quais agem algumas das forças da natureza; nenhuma surpresa nos causa vê-los, apesar de uma reflexão mais detida mostrar que até mesmo os fenômenos mais comuns são pouco entendidos. Entretanto, qualquer acontecimento fora do comum é considerado pelos menos entendidos como milagroso, sobrenatural e até contra o natural. Quando profeta Eliseu fez com que o machado flutuasse sobre o rio (Reis 6:5-7), valeu-se de uma força superior à da gravidade. Sem dúvida, o ferro pesava mais que a água; mediante a operação desta força superior, foi apoiado, suspenso, ou de outra maneira qualquer se manteve à flor da água, como se estivesse ali sustido por mão humana, boiando com bóias invisíveis.

O vinho ordinariamente se compõe de quatro quintas partes de água e o resto de uma variedade de compostos químicos, cujos elementos existem abundantemente no ar e na terra. O método comum – o que chamamos de método natural – de combinar adequadamente esses elementos consiste em plantar a uva e cultivar a videira até que o fruto esteja pronto para entregar seu suco à prensa. Mas, por um poder que ultrapassa toda capacidade puramente humana, Jesus Cristo uniu esses elementos na festa de bodas de Canaã (João.2:1-11) e efetuou uma transmutação química dentro das bilhas de água, que resultou na produção do vinho. De igual maneira, quando deu de comer às multidões, por Seu contacto sacerdotal e benção autorizada, a substância dos pães e peixes aumentou, efetuando-se um crescimento que teria demorado meses, seguindo o que consideramos a ordem natural. Na cura dos leprosos, dos paralíticos e dos inválidos, as partes enfermas do corpo foram restauradas de novo ao seu estado normal e são; as impurezas que envenenam os órgãos foram removidas mais rápidas e eficazmente que através de efeito de remédios.

Nenhum observador sincero, nenhuma alma que pensa, pode duvidar da existência de inteligências e organismos que os sentidos do homem não podem perceber sem auxílio. Este mundo é a incorporação material de coisas espirituais. O Criador nos disse que formou todas as coisas em espírito antes de se tornarem temporais. As flores que florescem e morrem na terra são representadas além por flores imperecíveis, belas e perfumadas. O homem foi feito à imagem de Seu Deus; sua mente, apesar de ofuscada por costumes e debilitada por hábitos prejudiciais, ainda é um tipo decaído de pensamento imortal; e apesar de o espaço que separa o humano do divino, quanto a pensamentos, desejos e atos, ser tão imenso como o que há entre o mar e o céu, pois, como as estrelas se elevam sobre a terra, assim os caminhos de Deus superam os do homem, ainda podemos afirmar que o espiritual tem analogia com o temporal. Quando se abriram os seus olhos, o servo de Eliseu viu as hostes de guerreiros celestiais que cobriam as montanhas ao redor de Dotan; homens a pé, carros e homens a cavalo, armados para lutar contra os sírios. Acaso não poderemos crer que o capitão da hoste do Senhor e sua companhia celestial (Jos.6) estavam presentes quando Israel circundou Jericó (Jos.5:13-14) e que ante sua sua atuação sobre-humana, apoiada pela fé e pela obediência do exército mortal, se derrubaram os muros ?

Algumas das realizações mais recentes e mais notáveis do homem, quanto à utilização de forças naturais, vão chegando à categoria de manifestações espirituais. O poder ouvir o tic-tac de um relógio a milhares de quilômetros de distancia; o falar em tom moderado e ser ouvido em todo o continente; enviar sinais desde um hemisfério e ser entendido em outros, apesar de entre eles haver oceanos que se agitam e rugem; trazer os relâmpagos a nossas casas para usá-los como fogo e iluminação; navegar pelo ar e viajar sob a superfície do oceano; fazer com que as energias químicas e atômicas obedeçam a nossa vontade, acaso não são milagres? Sua possibilidade não teria sido aceite com crédito antes que se realizassem. Entretanto, por meio da atuação das leis da natureza, que são as leis de Deus, se efetuam estes e outros milagres.

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